O índice integra o ‘Diagnóstico do Ecossistema de Inovação’, realizado pela prefeitura com 70 empresas
Mais de 80% das startups piracicabanas declaram ter potencial para exportação em uma sondagem feita pela prefeitura. O dado integra ‘Diagnóstico do Ecossistema de Inovação’, feita pela Semdettur (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo), sobre 70 empresas de tecnologia instaladas na cidade. O diretor executivo do Apla (Arranjo Produtivo do Etanol) Flávio Castellari comemora a notícia e conta que as empresas integrantes do programa interno de exportação junto a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) vendem, em média, US$ 500 milhões ao ano.
Os dados são relevantes para o economista Francisco Crócomo, que indica a necessidade de um suporte público para o segmento na cidade. Castellari, do Apla, lembra que o assunto tecnologia e exportação na cidade começou entre 2007 e 2008 – com o início do Arranjo Produtivo. “Me deixou bastante animado o fato de que mais de 80% das startups acreditam que tem potencial para realizar negócios no exterior. Acredito que boa parte dessas respostas é fruto do trabalho em desenvolvimento do Apla nos últimos 14 anos, com a Apex promovendo nosso setor fora do Brasil. O diagnóstico tem muitas informações e estamos ‘digerindo’ elas. Tudo irá ajudar a alinhar nossos trabalhos para os próximos anos.” Crócomo, professor na EEP-Fumep (Escola de Engenharia de Piracicaba, da Fundação Municipal de Ensino) e da Fatep (Faculdade de Tecnologia de Piracicaba), destaca que Piracicaba tem grande potencial no agronegócio, muito ligado à questão de tecnologia da informação. “É um outro estágio que Piracicaba vem alcançando.
Agora, precisa de mais fomento, e isso é indicado nas estatísticas: é preciso de mais programas voltados a este tipo de empresa tecnológica. É interessante o fato dos investidores-anjo como financiadores, mas, principalmente, o setor público tem que olhar para essa base de tecnologia. Elas não precisam ter tamanho, mas sim sinergia com outras empresas, de força, inteligência. É o novo paradigma da economia.” O diretor executivo do Apla conta que, de janeiro a maio deste ano, foram investidos mais de US$ 3,2 bilhões, o que é considerado um grande boom no segmento. “Com certeza, a afirmação deles [no diagnóstico, quanto à exportação] é correta: as nossas startups de agronegócio têm grande potencial de vender tecnologias, principalmente para países da América Latina e África. Isso porque mais de 70% do custo, do etanol, do açúcar, é a parte agrícola. Logo, é onde o pessoal tem focado sua atenção maior no desenvolvimento de inovação no plantio, colheita ou da planta.”
Texto: Cristiane Bonin/Jornal de Piracicaba